terça-feira, 30 de março de 2010

Pseudo Segurança ou Placebo da Segurança

É indiscutível que o maior efetivo policial presente nas ruas (sejam em duplas caminhando nas calçadas, sejam em trio de motoqueiros patrulhando uma extensão territorial maior) nos transmite uma sensação maior de segurança. Embora a burocracia e o lento atendimento do 190 ainda não supram nossas necessidades a tempo hábil. Pois bem, estudiosos dizem que a relação entre esse tempo de atendimento de um chamado policial é pouco significativo para a redução da violência.
Mas não vim discutir técnicas de policiamento moderno: qual o mais eficaz? qual melhor se adapta a região? qual o que deu certo na França? e nos E.U.A? Não. Conversas desse tipo são mais convenientes quando em uma roda de estudiosos do assunto, ao qual podemos comparar com o que vemos cotidianamente, ou quando nos ajuda a passar o tempo, sempre que estamos "morfando" num fórum qualquer da vida, esperado a boa vontade do MM Sr. Juiz de, enfim, chamar o(s) réu(s) e começar a audiência. Que, diga-se de passagem, uma chegou a ser adiada porque o defensor (público) estava sem gravata e não aceitou nenhuma das oferecidas pelo magistrado, ao qual acondicionava exemplares de várias cores e desenhos em uma caixa...
Gostaria de ressaltar essa sensação de segurança pela presença (policial ou não). São quase 23 horas, de um dia útil ( e qual dia não é útil? nem que seja para descansar, mas enfim, deu para entender..), na volta para casa, após o treino/aula de jiu-jítsu, observo as paradas de ônibus da av. Caxangá um tanto movimentada, são jovens, adultos e até coroas. Fazendo? Esperando seus entes, na maioria do sexo feminino, que estão vindo no coletivo, provavelmente após um dia cheio, preenchido com trabalho ao dia e faculdade à noite, com aulas sendo encerradas por volta das 22 horas.
Claro! Seria muito perigoso para uma jovem, e até mesmo uma mulher vagar sozinha, no horário da noite até a sua residência. Fato! Porém vale salientar que essa presença masculina em nada poderia defender de uma investida de criminosos armados, por exemplo. Mas o mais curioso ainda está por vir, o relato de um amigo, que afirmou que a vizinha dele, hoje com idade por volta dos seus 20 anos, mais com corpo franzino de uma adolescente de 15 anos, passou no concurso da nossa gloriosa polícia militar, e hoje é soldado. Porém, em todos os dias de serviço, sua mãe, uma senhora, faz questão de levar a filha PM, fardada, até o ponto de ônibus, para "proteger" a mesma dos "maus elementos" e "garantir" que a filha irá tranquila ao trabalho. Retornando para casa após a mesma adentrar no coletivo.
Convenhamos, é no mínimo cômica essa história, ou estória, sei lá, de "PSEUDO SEGURANÇA".

terça-feira, 16 de março de 2010

POLÍCIA DEMOCRÁTICA


A noite está tensa, fomos avisados pelo rádio de um "informe" o que não nos deixou muito a vontade. É noite de domingo e tudo parece dentro da normalidade.
Alguns colegas foram jantar, estou na espera, irei assim que eles chegarem. Fronteiras nos deixam com uma sensação de pseudo poder, de controle total.
Os colegas chegaram, rindo bastante. Comum. Alguma estória, e porque não história, engraçada. Compartilharam a etiologia comediana (...) e disseram que reforçaram o pedido de atenção.
Quando do concurso, não pensava em está aqui, em uma fronteira, a quilômetros e quilômetros de distancia do litoral, convivendo com pessoas que nunca viram o mar (e isso é o normal). Mas, acredito que tenho a possibilidade de realmente mudar algo a nível social, já que por muito já fui vitima, e ainda sou, da chaga violência. Pois bem, eu e meus colegas, não todos, mas os que procuram se especializar, e tentar entender onde estão pisando, onde estão metidos, e tentar melhorar.
A fome pode esperar, vamos intensificar o bloqueio que este indivíduo pode realmente passar.
Por volta das 22 horas, um informe se concretizou, o carro furou nossa barricada, o que ocasionou um tiroteio.
Identificamos um único indivíduo atirando e mais ninguém envolvido. Ocorreu que um colega foi atingido, porém o poder de fogo do infrator era limitado o que ocasionou: posição ajoelhada, mão na cabeça e arma de fogo (pistola), com o ferrolho recuado, no chão.

- Perdeu! perdeu!...
- Perdi! perdi! perdi...
- Algema esse safado, ele acertou o Mario.

Graças a Deus o tiro pegou no braço, e o colega está bem, vai até conseguir uns dias de licença, sortudo!

O cara preso é Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, responsável pelo assassinato do cartunista Glauco e do seu filho, 25 anos, Raoni.

Perguntado ao mesmo o que ele sentiu quando estava armado, tendo o domínio sobre uma mulher, suas duas filhas e o seu marido, e diga-se, este um guia espiritual e cartunista de fama mundial. Ele respondeu: "Tô com uma arma na mão no meio do mato, apontando para um cara famoso. Olha, os caras vão me condenar à morte aqui no Brasil. Vão me 'f...' com a vida. Aí eu falei: você 'f...' com a minha, demorou, vou 'f...' com a sua também. Aí atirei nele"
Porém, é de suma importância, e quanto mais inadmissível que seja, mais correto se torna a ação dos policiais rodoviários, que não obtiveram benefício das brechas penais do Brasil, em pro da opinião e vontade comum.
O valor ético pesado em contrabalança com o senso comum gera um conflito na função de um policial, que em meio a tantos fatos de descrença do poder publico, ainda cumprem sua função de encaminhar para quem de direito o condene ou absorva.
Pois bem, ele (Carlos Eduardo) agora está no jogo, e uma brecha chamada de semi-imputabilidade mostra sinais de uma boa briga. Ótimo, se existe é para ser usado. Agora bom mesmo seria é se pudessem ser usados para todos.

Polícia Democrática, aparenta ser um desafio eternamente constantemente initerrupito ilimitado...

P.S.: Devida falta de narrativa sobre a ação no site oficial da PRF e nem da PF, a estória da abordagem supra citada não passa mera imaginação. Bem como, temos que parabenizar os verdadeiros autores, anônimos, da ação policial próxima de uma polícia democrática.

CUTRUCA

Sem querer ser redundante, mas acredito na transformação, próspera, da sociedade brasileira, por melhor, dos centros urbanos nordestinos, seguidos das regiões interioranas. Segurança publica, ética e democracia, ordem e isonomia, resocializados e desassociados, políticas publicas e políticas de governo, cultura e homicídio, educação e pacificação.. "É CUTRUCA mô véi.." Casos práticos, publicáveis, intensivos, não o são assim por serem. O dialeto é prático, robusto e direto.