sábado, 25 de fevereiro de 2012

A DELINQUÊNCIA HUMANA E OS GRAMILINS.


Lembro de forma saudosa dos personagens do filme produzido por Spielberg. Recordo também como via de forma natural a muita variedade de personalidade que eclodia, de um único código genético, de forma assexuada - feito ameba- exemplares da espécie gremili, depois que a matriz levara um banho acidental. As várias características de comportamento eram visíveis, a começar pelo fenótipo de cada novo indivíduo. Um nerd, um engraçado, um deliquente. Eles não teriam sido educados diferentes, eles só teriam nascidos diferentes.
Trazendo a tona esse contexto, personalidade, venho externar a fantástica experiência que tive ao ter que me aprofundar um pouco na personalidade dos meus “clientes”, ou das características dessas, para dar aula sobre comportamento criminal para uma pós-graduação. Procurei ser o mais laico possível, depois tentei, após breve explanação, unificar duas correntes, anteriormente paralelas e auto anuláveis. Uma que defende a sociedade como fator causador do comportamento criminal e a outra tendo como maldade humana como sendo uma herança genética, um código “amaldiçoado” (continuo ainda sendo laico) que conteria a uma má personalidade.
Tendo como base da linha mais social da coisa, fui por Daniel Cerqueira e Waldir Lobão (Determinantes da Criminalidade- arcabouços teóricos e resultados empírico). Sei que os caras já aceitam um pouco da influência psíquica como fator ativo na formação do perfil criminal, mas pelo fato de já tê-los estudado quando da minha monografia, isso me pouparia um pouco de tempo. Porém reexplorei-lhes tentando focar nos seus relatos de cunho mais social. Como tese a embasar minha outra linha, fui pela popularmente acessível Ana Beatriz Barbosa e o seu mershandaisiado de novela, Mentes Perigosas. Onde, muito categoricamente ela diz que as pessoas podem ser más pelo ato de elas terem nascidas más.
Mais uma vez levei um cruzado do conhecimento quanto ao meu ambiente de trabalho, e qual deveriam ser meus verdadeiros “clientes”. Tento perceber no Sistema pessoas que entraram ali pelo fator social, mas não são pessoas más de natureza, e existem pessoas que estão ali por serem más, e o pior, que muita gente aqui fora é tão má quanto os que estão lá dentro mas passam de forma imperceptíveis, e muitas vezes são caracterizadas como pessoas boas. Sem delongas, pelo fato de não conseguir em poucas linhas sintetizar o conhecimento construído com meus colegas, co-irmãos da família Segurança Pública, em sala de aula, venho repassar a indagação da Dra Ana Beatriz quando fala que as pessoas têm dificuldade de entender que existem pessoas más. Elas fazem maldade. Às vezes até independentemente das conseqüências ruins que seus atos podem trazer para si (não falo nem em relação ao outro pois isso já ta consolidado que o sentimento e sofrimento alheio é insignificante para um deliquente).
Pois bem, recordei do nada aos Gramilins, e lembrei como foi natural o surgimento, de um ser não humano, não racional (embora fictício) nascer com personalidades própria, incluindo a má. Outro fator que me lembro é que o Gramili “bonzinho” também quebrou regras, (dirigiu um carrinho de brinquedo em alta velocidade, e causou até graça com aquilo). Outro ponto que extrai da ficção foi como a maldade pode ser alimentada (no filme após a meia noite) e, até certo ponto, irreversível.