A
vida é feita de conflitos, alguns são como duelos “casados” previamente,
tipo luta de MMA, ou Mixed Martial Arts (descendente do épico
“Vale-Tudo”), na qual o adversário é pré-definido, com
possibilidades de prévios estudos a respeito deste, e assim ampliar
as possibilidades de uma vitória. No melhor estilo Sun Tzu. Outros
surgem tipo “inimigos em série”, ou seja, tipo campeonato de
jiu-jítsu, confronto por meio de chaves, onde já sabemos: quantos
oponentes, seus nomes (alguns até com possibilidade do estudo já
mencionado). Porém, a cada eliminação de um oponente, este não
traz mais riscos e passa a agregar algo, seja “positivo” ou
“negativo”, sendo então o foco e o desafio apontado para o
próximo lutador. E, por fim, as adversidades podem surgir de forma
múltipla simultânea, variável, tipo briga de rua inesperada,
exigindo conhecimento de Defesa Pessoal. Nelas temos definidos vários
opostos, muitos, as vezes, até imperceptíveis. Um triuvirato de
Náutico, Sport e Santa, no qual no jogo dehoje o rubro negro é
inimigo, no próximo o tricolor protagoniza esta função. Noutro dia
os dois ao mesmo tempo são os arquirrivais. Ainda tem a pior
situação, quando não se está diretamente no confronto, ter que
torcer pelo benefício de um vencer o outro (o empate não é opção),
não achar ruim determinada torcida ficar feliz, sem, contudo, apesar
do resultado necessário, não se livrar do: “sua infelicidade me
incomoda”.
No
entanto, uma coisa é comum nos embates: o lado oposto, adversário
(“ários”), fixos ou mutáveis; momentâneos, duradouros ou
permanentes- Breaking Bad nos traz a fantástica experiência de
mudarmos de lado, virar a casaca, a cada novo mote, a cada nova ótica
do caos.
Em
várias áreas da vida estes conflitos definem caráter(s) e
comportamentos. Na religião são definidos o “deus” e o “diabo”-
ou os respectivos plurais- com isso: o bem e o mal, o certo e o
errado, a virtude e o pecado, a justiça e a injustiça, o herói e o
vilão, (...) e tantos outros antônimos que são ideologias e
crenças impulsionantes naturais da vida.
Como
já sabido, essas ideias são perfeitamente ideológicamente
opostas, ou seja, um raciocínio
lógico
matemático, muito objetivo e seguro para definir a complexidade dos
embates verbais da humanidade (capacidade fantástica. Salvem
os curiós). A negação de um é perfeitamente
o inverso
a
afirmação do outro, uma
verdadeira relação P e ~P.
Se você não faz o
certo,
então faz o
errado;
se você não agrada a deus, então está agradando ao diabo; se
você não faz o mal, então faz o bem... Óbvio essa visão é
necessária para soluções essênciais,...
e
“pá rá rá...” Dr. Charles Zambohead.
Porém,
isso
muito tem me incomodado
de
uns anos pra cá,
mas não na
dificuldade
em definir o
que seria o meu
“bem” e o que
seria o meu
“mal”, quem é o
meu
Deus, e quem
são
meus “inimigos”... Atormentam-me
as
definições por expressar, muitas
vezes quando solicitado,
minhas
“opiniões
políticas”. Quando digo que sou contra a pena de morte, ou que os
governos deveriam efetivamente implantar políticas públicas que
buscassem a ressocialização dos presos (com alimentação
devidamente balanceada, sem deficit de vagas, com opção de trabalho
para
todos, capacitação),
sou taxado de
“bonzinho”, que queriam
ver se fosse um criminoso o
qual tenha me atingido,
ou vitimado
alguém da minha família. Na
sequência sou
logo indagado se meu pensamento seria o mesmo.
Quando
sou
contra
redução da “maior” (menor, pela minha ótica) idade penal, sou
taxado a “santo” e desafiado a levar um “menor” que cometeu
um crime para minha casa.
No
momento
em
que opino contra a atual
política ante drogas do
Brasil, (quando
não agourado, com o dissimulado:
“Queria ver se...”, para que um ente meu fosse dependente químico
de alguma droga “proibida” )
sou
induzido
e
jogado
num
efeito borboleta que me remete
um mundo de zumbis, onde todos andam chapados e alienados (como se só
existissem alucinógenos no rol taxativo das ilícitas),
ou
então, onde
todos
agem
loucamente,
com
selvageria, brigas, acidentes de trânsito, sujeira pelas ruas,...
(esses
efeitos
que algumas drogas já legalizadas provocam, porém,
na “profecia” argumentativa dos visionários,
com
um pouco mais de intensidade - tipo greve da OCP em Robocop …).
Isso
finalizado
com uma
voz na consciência que
diz:
“tá
vendo? Num era isso o que você queria?”.
“Não
sou PSDB”, logo,
sou
petista,
comunista,
venezuelano, cubano, (devo ter alguma tatuagem do busto do Che!).
Essa
tem sido a campeã em
universalidade.
Por não acreditar nos tucanos, isso não deveria me tornar um
lulista. O fato é que não
percebem que a
oposição de hoje repete, basicamente, o mesmo discurso dos
opositores de ontem. Com uma diferença: os 'opositores
de ontem',
chamemos assim, eram inéditos no poder suprassumo
do Executivo nacional;
os de hoje, já
tiveram essa oportunidade. Lembremos.
Outra divergência: políticos do alto escalão do
governo
foram
presos, financiadores
(desde antes) do poder,
também.
Estão
atrás das grades. No
passado seriam
todos honestos ou inimputáveis? Ainda os são ou serão?
Chamam
de “burros”
e “alienados” quem votou na Dilma “apenas” por se beneficiar
dos programas sociais. Não
posso
adjetivar assim
quem já
passou
fome e agora tem um Bolsa Família pra alimentar seus filhos (nem
proclamar
o fim do programa pelo fatos de existirem fraudadores). O
interessante é que muitos
desses que
apontam os eleitores vencedores como responsáveis pela desenvoltura
da
atual crise, não percebem que têm sua parcela de culpa. O
atual quadro econômico (somados a outros fatores, óbvio) é oriundo
de uma
política econômica, que muitos economistas independentes já
apontavam como irresponsável e de consequências duríssimas, que
não foi criticada quando se tinha acesso
às
viagens (o velho pacote da CVC), o
novo
carro zero, a alta avassaladora do mercado imobiliário, ganhos nas
ações da Petrobras,
etc.
Agora
a situação
campeã em absoluto:
Quando
digo: “não
votarei
em Bolsonaro
se
ele for candidato”.
Sou
enquadrado,
ao mesmo tempo, em
todas
as ocasiões e
definições
equivocadas dos exemplos já narrados (além
de outras mais).
Bolsonaro
é uma falácia,
um
marqueteiro do senso comum,
um
retrocesso,...
não
é ser a favor da polícia. É
valorizar um modelo
de
“polícia” contra
o qual
luto (jamais
sozinho)
para que seja exorcizado
da cultura policial. Pois
são muitos
dos resquícios
negativos
dessa “polícia” que, quando se consegue apagá-los (mesmo de
forma temporária ou
na mais ínfima
atitude) aproximamos
a sociedade a uma polícia republicana;
uma polícia que não abaixa a cabeça para “defensores” dos
Direitos Humanos, porque ela, a polícia, é uma das principais
forças estatais instituídas para garantirem tais direitos acima de
qualquer outro; uma
polícia em que a corrupção interna é abjurada, principalmente
pelos seus, que não hesitam cortar da própria carne, uma polícia que não pré definem "inimigos" por condição ou endereço.
Ninguém
é imune de
sofrer taxação
ou de taxar o seu bizarro. É como a ciência da economia bem nos
ensina, principalmente
quando temos recursos escassos:
uma escolha, necessariamente, nos remete a uma não escolha. Ou seja,
para ser assim, não posso ser assado; para ter isso, tenho que abrir
mão daquilo. Quem
gasta para
construir presídios,
deixa de gastar para
construir escolas (ou
creches, ou
praças, ou bibliotecas, ou
hospitais, ou …, ou ...).